Estudo aponta as diferenças do chamado Risco Relativo em acidentes de trânsito
Gráficos elaborados pela medtech australiana Optalert apontam que a medição de concentração de álcool e a avaliação de sonolência em motoristas, podem apresentar resultados equivocados e perigosos se não estiverem embasados no escopo de Riscos Relativos
Pessoas com o mesmo nível de concentração de álcool no sangue, apresentam níveis de risco muito diferentes. A afirmação consta no estudo divulgado pela Optalert, medtech australiana, criadora da tecnologia que compõem a escala JDS, desenvolvida pelo médico Dr. Murray Johns, que é utilizada por entidades como a Nasa e pela Harvard University. É considerada como a mais respeitada escala de sono do mundo.
Em um dos estudos, os participantes do teste chegam ao laboratório sem comprometimento. Eles então são dosados com álcool ou uma droga (ou passam por um protocolo de vigília estendida para induzir sonolência). Enfrentam um ou mais testes de vigilância psicomotora ou tarefas de direção (em um simulador ou na pista) para que os pesquisadores possam medir o comprometimento do avaliado, de forma objetiva.
Esse tipo de teste revela que pessoas diferentes requerem doses muito distintas para exibir comprometimento objetivo. Algumas pessoas ficam prejudicadas com 0,03% de BAC (sigla em inglês para ‘Quantidade de Álcool no Sangue’), enquanto outras ficam pouco prejudicadas, mesmo estando com elevado índice como 0,08% de BAC.
Algumas pessoas ficam alteradas após 20 horas de vigília prolongada, enquanto outras podem passar em um teste de vigilância e dirigir perfeitamente após 32 horas acordadas. O estudo destaca que é importante observar que os indivíduos não podem avaliar com precisão seu próprio comprometimento devido à sonolência, álcool ou drogas. “Muitas pessoas geralmente acreditam que não estão prejudicadas, mas, infelizmente, as estatísticas de fatalidade no trânsito mostram o contrário”, comenta Sidnei Canhedo, biólogo e gestor da Optalert, no Brasil.
Idade e gênero
Na comparação entre homens e mulheres que não consumiram álcool, um motorista do sexo masculino, entre 16 e 20 anos, tem 7,64 vezes mais risco de sofrer um acidente fatal envolvendo um único veículo do que uma condutora do sexo feminino com mais de 35 anos.
Já quando a análise compara ambos com um BAC de 0,08%, o risco relativo entre os dois aumenta para 11,23 devido à curva de risco relativo mais íngreme dos motoristas mais jovens. Ou seja, homens nessa faixa etária se tornam ainda mais perigosos quando misturam o volante com álcool, mesmo em doses mínimas.
Curvas de risco relativo baseadas no BAC têm sido usadas por pesquisadores de segurança rodoviária para definir os limites legais para dirigir sob influência. Diferentes jurisdições consideram vários níveis de risco relativo aceitáveis. Consequentemente, o limite legal difere entre países e até mesmo entre estados dentro da mesma nação.
A pesquisa mostra que, idealmente, um sistema que mede o comprometimento deve gerar o risco relativo de uma falha de desempenho em um motorista. Isso permite que o veículo execute contramedidas suaves em níveis mais baixos de comprometimento. Quando a ocorrência é de sonolência, ações como diminuir a temperatura da cabine ou aumentar o volume da música podem impedir ou prolongar sua progressão.
No caso de álcool e drogas, o controle de cruzeiro adaptativo (ACC) pode deixar espaço extra do carro da frente ou a frenagem automática de emergência (AEB), podendo aumentar sua sensibilidade. Em todos os cenários, o motorista será encorajado a descansar ou beber café. Todas essas contramedidas suaves são possíveis pela detecção de níveis mais baixos de comprometimento.
Detectores de sono em veículos
De acordo Canhedo, sistemas rudimentares de detecção de sonolência produzem apenas um valor de deficiência binária imprecisa, que considera o motorista como incapacitado ou capacitado. “Eles permitem apenas uma intervenção após a detecção desse comprometimento – geralmente um bipe alto alertando o motorista, o que pode não ser o suficiente para evitar acidentes”, alerta.
O estudo chega em um contexto no qual a Europa acaba de tornar obrigatório o uso destes sistemas de alertas de sonolência em veículos novos, saídos de suas fábricas. A escala Johns Drowsiness Scale (JDS) da Optalert, que mede o comprometimento causado pela sonolência, produz uma curva de risco relativo na tarefa de dirigir, guiados por algoritmos que levam em conta os padrões de quem está dirigindo, tornando a medição personalizada.
O Brasil ainda não está discutindo a obrigatoriedade nos veículos nacionais, e, segundo Canhedo, está atrasado no debate. “O País precisa seguir urgentemente os caminhos adotados pela Europa, mas é preciso que os legisladores definam padrões que contemplem sistemas não binários, que levem em conta o Risco Relativo. Se o congresso fizer bem seu papel, milhares de vidas serão salvas em nossas estradas”, prevê o especialista.
Sobre a Optalert
Pioneira e líder na detecção prévia de fadiga em trabalhadores em funções de alto risco, a Optalert foi fundada há 20 anos, em Melbourne, Austrália, idealizada por Dr. Murray Johns, Doutor em Medicina do Sono. No Brasil ela está presente, desde 2015, em algumas das principais mineradoras do país. Em outras partes do mundo o sistema também é utilizado em setores como gás e petróleo, transporte rodoviário, automotivo, pesquisa científica, aeroespacial (NASA), testes de drogas farmacêuticas e estudos neurológicos. Mais sobre a Optalert em: www.optalert.com . ou pelo e-mail: automotivo@optalert.com
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